Você sabia que a Pixar apresenta um excelente case de segurança psicológica na prática? Muita gente conhece a Pixar como um dos maiores estúdios de filmes de animação no mundo. Mas, o que muita gente não sabe, é que uma simples ideia resultou em um impacto incrível na criatividade e qualidade das animações apresentadas por essa empresa.
Então, confira o post e entenda como a Pixar aplicou a segurança psicológica na prática, para transformar o Toy Story em um dos maiores sucessos da empresa.
Entendendo o case da Pixar e o Braintrust
Você provavelmente conhece o Toy Story. Afinal, é o maior filme em volume de arrecadação e público da Pixar. Mas, o que você provavelmente não sabe é que a história por trás do filme traz um case interessante que ensina muito sobre segurança psicológica na prática.
Não é por menos que um dos principais fatores sucessos da empresa é atribuído à sinceridade. Segundo o presidente da Pixar, Ed Catmull, se este sentimento de transparência está na cultura da organização, as pessoas não guardam opiniões para si mesmas. Ou seja, se sentem mais à vontade para expressar ideias e críticas.
E buscando uma forma de institucionalizar essa sinceridade na organização, surgiu a prática que a Pixar chama de “Braintrust”. A ideia por trás dela era criar um ambiente em que a criatividade e a crítica pudessem florescer, de forma construtiva e positiva para todos.
Quer saber mais sobre a segurança psicológica? Então, confira esse texto no Blog IEEP em que abordamos o que é o conceito e como implementá-lo, mesmo em tempos de insegurança.
Como funciona o braintrust?
Basicamente, o braintrust acontece de forma bem simples. Quando um filme estava em produção, o grupo responsável por ele se reunia para conversar sobre o mesmo e era bastante sincero nas críticas e nos feedbacks, sempre com o intuito de resolver os problemas de forma criativa.
A conexão é peça-chave para isso acontecer, portanto eles assistiam aos filmes juntos, comiam juntos, se integravam e promoviam feedbacks para o diretor sobre o que tem funcionado e o que não tem.
Enquanto muitos profissionais tem medo de dar feedbacks para os seus chefes, seja porque o líder não é aberto a esse tipo de prática ou porque o profissional não acredita ser sua função, foi justamente esse comportamento que contribuiu solidamente para o sucesso da Pixar.
Afinal, se nesses grupos as pessoas estivessem mais preocupadas em serem políticas ao invés de dizer abertamente suas opiniões sobre as produções, as chances de Toy Story 1 e 2 não terem bombado são grandes.
A ideia parece ótima no papel, mas colocar em prática pode ser um desafio. Para ajudar, foram estabelecidas algumas regrinhas para o braintrust acontecer da melhor forma possível.
As 3 regras do braintrust:
1 – O feedback deve sempre ser construtivo e sobre o projeto, jamais sobre as pessoas;
Os responsáveis pelo projeto, portanto, não podem ficar na defensiva ou levar as críticas para o lado pessoal, devem estar dispostos a ouvir a verdade.
“Seu grande medo como um CEO deve ser que as pessoas não estejam lhe falando a verdade” Mark Costa – CEO of Eastman Chemical Company
Entenda melhor o que é feedback e como o fazer da melhor maneira.
2 – Comentários são sugestões e opiniões, e não verdades absolutas;
Não existe a obrigação de acatar uma sugestão. O diretor é o responsável e pode aplicar ou não as sugestões dadas.
3 – Ninguém é “pego no flagra” por conta de algum erro ou algo que não deu certo.
A empatia é uma premissa e algo que ajuda é o fato dos diretores já passaram por muitos desses processos. Catmull diz: “O Brainstrust é benevolente. Quer genuinamente ajudar. E não tem espaço para egoísmo”.
Como o case mostra a segurança psicológica na prática?
Um desafio da segurança psicológica é criar um ambiente em que exista a honestidade, mas de modo que ela não seja destrutiva. Ou seja, criar um ambiente de feedback forte, mas que seja baseado em empatia e não em egoísmo. O objetivo é que as pessoas confiem umas nas outras, e trabalhem para o melhor resultado possível.
Por isso, as três regras são um exemplo ótimo de como aplicar a segurança psicológica na prática. A primeira regra, por exemplo, garante que os responsáveis não ficam na defensiva, pois as críticas não são levadas para o pessoal. Ou seja, quem critica se sente mais à vontade. Por outro lado, quem recebe a crítica também se sente mais seguro.
Ao mesmo tempo, a segunda regra é crucial para a convivência. O responsável sabe que ouvirá todas as críticas sem ter a obrigação de empregá-las. Já quem as faz sabe que está apenas dando uma opinião e nada é considerada verdade absoluta. Ninguém está “certo ou errado”.
A terceira regra é tão importante quanto as outras duas. Os diretores da Pixar já haviam trabalhado em outros ambientes e sabem da importância do feedback ser uma ferramenta de ajuda e não de “apontar o erro dos outros”.
O case da Pixar é um ótimo exemplo que ilustra como a segurança psicológica na prática traz resultados incríveis. Então, se quiser saber tudo sobre o assunto, confira o nosso e-Book completo sobre como criar um ambiente em que “não haja medo”.