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Metodologias Ágeis x Metodologias Tradicionais: Quais as principais diferenças?

Metodologias de gestão, embora cada vez mais em voga no mundo corporativo, não são uma novidade tão grande assim.

Na verdade, métodos de se gerenciar recursos e projetos estão presentes há milhares de anos na sociedade, embora não tenham a mesma formalização que metodologias como PDCA, GPD (Gestão por Diretrizes) e Scrum.

Foram esses conhecimentos que permitiram a execução de grandes projetos da humanidade, como, por exemplo, a construção da Grande Muralha da China. Sem um método para organizar a força de trabalho, horários e recursos necessários para a construção, tal grandiosidade nunca teria sido concluída.

Durante muitos anos, os meios mais avançados de gestão eram de conhecimento quase que exclusivo dos governos. Foi a partir da Revolução Industrial que houve um boom de empresas e produtos, o que aumentou a competitividade do mercado, exigindo cada vez mais eficiência nos processos e na organização interna.

Nesse contexto, surgem as metodologias de gestão modernas, que atraem a atenção dos profissionais independente de sua área, especialmente pela capacidade de otimizar processos e reduzir custos, indicadores de sucesso para qualquer projeto.

Ocorre atualmente uma revolução na forma como os negócios são feitos e as empresas são geridas. As metodologias ágeis, embora não tão novas, mas bastante atuais, propõem mudanças de paradigmas que tangem desde o planejamento de projetos até organogramas e a forma como são tomadas decisões estratégicas (confira também o nosso texto de metas Bottom Up e Top Down e entenda melhor do que estamos falando).

Podemos então dividir os principais métodos de gestão da atualidade em dois grupos: as metodologias tradicionais e as metodologias ágeis.

Metodologias Tradicionais x Metodologias Ágeis

As metodologias tradicionais se baseiam em etapas mais rígidas e controladas, enquanto as metodologias ágeis se fundamentam na flexibilidade e adaptabilidade das estratégias.

Mas, afinal, quais são as principais diferenças entre essas abordagens? Entender as peculiaridades é fundamental para saber qual formato se adapta melhor ao seu negócio.

Antes de exemplificar alguns pontos de divergência entre as metodologias, é muito importante ressaltar que não existe “certo” ou “errado”. Cada organização é única e adotar metodologias somente pelo fato de estar em voga ou porque a organização “X” cresceu assim não garante o sucesso da sua equipe.

Entenda o que faz mais sentido para a sua realidade com base na cultura da sua organização.

Hierarquia

Nas metodologias tradicionais, há uma figura central no monitoramento das demandas. Normalmente, é o líder da área quem responde por todo o processo e delega as atividades.

Nas metodologias ágeis, a macroestrutura é dividida em equipes multidisciplinares que possuem autonomia para a tomada de certas decisões, se assemelhando mais a um “organismo vivo” do que uma “pirâmide”.

estrutura piramidal vs estrutura ágil organismo vivo

Podemos perceber essa estruturação de grande autonomia em metodologias como OKR, em que temos a presença da maioria das metas das equipes no formato Bottom Up (ou seja, “de baixo para cima”), e no Scrum, famoso pela divisão de áreas em equipes menores, os Squads.

Ter uma estrutura de decisões tradicional não significa que a empresa vai ser mais ou menos inovadora, terá sucesso ou não. Um exemplo muito interessante é a própria Apple: ao contrário do que nossa intuição nos leva a pensar, sua gestão não envolve muita participação dos colaboradores nas tomadas de decisão, ou seja, é basicamente Top Down.

Do mesmo jeito que uma gestão muito disruptiva em termos hierárquicos, como a autogestão, não é exclusividade das empresas de tecnologia do Vale do Silício. Um dos maiores cases desse modelo de gestão é a Morning Star, uma empresa americana de processamento de tomate.

Está gostando de saber mais sobre Agilidade? Estamos aqui para conversar mais sobre como isso pode ser útil para sua realidade.

Rigidez x Flexibilidade

Aqui reside uma das maiores diferenças entre as abordagens. Para exemplificar, vamos falar mais especificamente das metodologias de gerenciamento de projetos.

Os métodos tradicionais se baseiam em um modelo mais rígido, ou seja, existem etapas predefinidas que devem ser cumpridas de maneira sequencial para que o projeto seja concluído.

Há um início, meio e fim que não pode ser rompido (pelo menos na teoria) desde o planejamento, passando pelo controle do orçamento, chegando aos testes e resultado final até a implantação de fato.

Nas metodologias ágeis (como por exemplo o Scrum), o funcionamento é diferente. Em vez de seguir um modelo predefinido, com uma única grande entrega final, existem entregas parciais que facilitam a gestão de mudanças que podem ocorrer durante o projeto.

Essas entregas de valor constantes também aumentam as chances de sucesso, afinal, funcionam como um termômetro do que o cliente realmente almeja e fazem com que as etapas seguintes sejam focadas na necessidade do usuário.

Desse modo, há mais flexibilidade e velocidade na resolução dos problemas, evitando erros que podem comprometer o resultado final.

Entrega de Valor Constante Metodologia Agil vs Metodologia Tradicional

Controle do orçamento

Como consequência dessas distinções, o controle de orçamento também envolve uma percepção diferente. Nas metodologias tradicionais, o orçamento é definido a longo prazo, desde o planejamento do projeto e sem que haja uma grande ruptura em seu desenvolvimento – o que, de alguma forma, pode limitar seu sucesso.

Na abordagem ágil, é possível administrar o custo do projeto a partir do desenvolvimento de cada etapa, identificando oportunidades para reduzir custos ou mesmo fazer investimentos que possam trazer resultados mais perceptíveis.

Documentação

A metodologia tradicional se baseia em uma estratégia essencialmente documentada, na qual o planejamento define toda a ordem do desenvolvimento do projeto.

Apesar disso, não pense que o método ágil não demanda um planejamento. A grande diferença é que, conforme as etapas se cumprem, é possível revisar e reformular as tarefas, desde que isso contribua para que a entrega prevista no projeto se cumpra de maneira mais prática.

O próprio Manifesto Ágil coloca como um de seus valores “Software em funcionamento mais que documentação abrangente”. Embora tenha tido origem em um contexto de T.I., tem aplicações para diferentes áreas hoje em dia, podendo sendo traduzido como “entrega funcional mais que documentação abrangente”.

Embora a escolha da abordagem (através de uma filosofia tradicional ou ágil) não dite o sucesso da organização, não há como negar que as metodologias ágeis são bastante alinhadas com o contexto de mercado que vivemos hoje: mudanças cada vez mais rápidas, um mundo mais conectado e um mercado mais competitivo.

Se interessa por metodologias ágeis? Então não deixe de conferir nossa série de e-books que aborda algumas das principais metodologias:

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